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7 Guiné-Bissau

Guinea-Bissau Original flag

Dados

Categoria Dados
Capital Bissau
Tipo de Governo República semipresidencialista
Data de Independência 24 de setembro de 1973 (declarada); 10 de setembro de 1974 (reconhecida)
Área (km²) 36.125 km²
População(2022) ~2.078.820 habitantes
Distribuição ~28% da população na capital, Bissau
IDH (0-1) 2005: 0,402 / 2023: 0,483
GDP 20.404.819.600.000 (GNF)
Etnias Balanta (30%), Fula (30%), Manjaco (14%), Mandinga (13%), Papel (7%), e outros (6%)
Línguas Faladas Português (língua oficial) (32,1%), Crioulo (90,4%), Línguas Africanas

Todos aprendem Português na escola

Religiões Islamismo: 46,1%, Religiões tradicionais africanas: 30,6%, Cristianismo: 18,9%, Outras/sem religião: 4,4%
Economia

Moeda

Agricultura, Pesca, Alimentos

Franco CFA ocidental

História

Em 1460, navegadores portugueses chegaram à região que hoje corresponde à Guiné-Bissau, incorporando-a ao império colonial português. A partir do século XVII, o território tornou-se um ponto estratégico no comércio transatlântico de escravos, com os portugueses estabelecendo feitorias ao longo da costa para facilitar a captura e exportação de pessoas escravizadas para as Américas. O domínio colonial enfrentou resistência de grupos locais, dificultando a consolidação do controle português sobre o interior do território.

No século XX, influenciados por movimentos de libertação em outras colônias africanas, os guineenses iniciaram a luta pela independência. Em 1956, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que iniciou uma guerra de guerrilha contra o domínio português em 1963. Em 24 de setembro de 1973, o PAIGC declarou unilateralmente a independência de Guiné-Bissau, e após a Revolução dos Cravos em Portugal, o país foi oficialmente reconhecido como independente em 10 de setembro de 1974.

Após a independência, Guiné-Bissau foi governada pelo PAIGC como um estado de partido único. Em 1980, um golpe de estado liderado por João Bernardo “Nino” Vieira derrubou o governo, iniciando um período de instabilidade política. Vieira permaneceu no poder até ser deposto em 1999 durante uma guerra civil. No século XXI, o país tem enfrentado desafios como golpes de estado frequentes, e corrupção. Apesar desses problemas, Guiné-Bissau continua a buscar estabilidade política e crescimento econômico.

Política

Após a independência em 1974, Guiné-Bissau foi governada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) como um estado de partido único. O governo adotou um modelo socialista, mas enfrentou desafios econômicos e políticos. Em 1980, um golpe de estado liderado por João Bernardo “Nino” Vieira derrubou a liderança do PAIGC, encerrando os planos de unificação com Cabo Verde e dando início a um período de instabilidade.

Durante a década de 1980, Vieira consolidou seu poder, enfrentando dissidências dentro do próprio partido e tentativas de golpe. O regime permaneceu autoritário até 1991, quando a pressão internacional e interna levou à adoção de um sistema multipartidário. As primeiras eleições democráticas ocorreram em 1994, com Vieira sendo eleito presidente, mas as tensões entre o governo e as forças armadas cresceram. Em 1998, uma guerra civil eclodiu, levando à deposição de Vieira em 1999. O governo de transição organizou eleições em 2000, resultando na vitória de Kumba Ialá, do Partido da Renovação Social (PRS). No entanto, a instabilidade política persistiu, e em 2003, um novo golpe militar derrubou Ialá.

Vieira retornou ao poder em 2005 após vencer as eleições, mas seu governo foi marcado por instabilidade e conflitos com o exército. Em 2009, foi assassinado em um contexto de rivalidade com os militares. Desde então, Guiné-Bissau tem passado por frequentes crises políticas, incluindo um golpe militar em 2012, que interrompeu o processo eleitoral. Apesar do quadro democrático formal, a interferência militar na política permanece uma constante, dificultando a governabilidade e a implementação de reformas. O país também enfrenta desafios relacionados à corrupção e ao tráfico de drogas, problemas que agravam a instabilidade. Nos últimos anos, Guiné-Bissau tem buscado fortalecer suas instituições e estabilizar sua economia, mas continua vulnerável a crises políticas e econômicas.

Economia

A economia da Guiné Bissau é principalmente com a agricultura, especialmente a castanha de caju que é 90% das exportações, e a pesca também é um aspecto importante da economia. Neste país, a instabilidade política tem um impacto no desenvolvimento que afeta a infraestrutura e a economia. É difícil para a economia deste país crescer porque ele usa só a castanha de caju para exportar, e a situação pode piorar se a castanha de caju não for necessária para outros países. O clima e o meio ambiente podem ter um impacto grande também porque se houver uma seca, as pessoas não seriam capazes de crescer a colheita. Como resultado, é essencial encontrar outras exportações para diversificar a economia e construir  infraestrutura melhor para encorajar mais investimentos e empresas. (World Bank / Banco Africano de DesenvolvimentoCultura Mix)

Arte e Cultura

Guiné-Bissau possui uma rica cena cultural, expressa por meio da literatura, cinema, música e artes visuais. Na literatura, Abdulai Silá é um dos escritores mais proeminentes do país, explorando em suas obras a identidade e a história guineense, com destaque para “Eterna Paixão” e “Mistida”. Odete Semedo, por sua vez, se destaca como escritora e poeta, abordando temas sociais e culturais do país. No cinema, Flora Gomes é um dos cineastas mais renomados, dirigindo filmes como Mortu Nega, que retrata a luta pela independência, e Nha Fala, que explora a cultura guineense. Outro nome de peso no cinema é Sana Na N’Hada, conhecido por documentários e produções que capturam a realidade e os desafios do país. Entre os artistas visuais, Nu Barreto utiliza diversas mídias para abordar questões sociais e políticas, enquanto a cantora Lala Njava mistura estilos tradicionais guineenses com influências modernas em sua música. Na arquitetura e planejamento urbano, Amílcar Cabral, mais lembrado por seu papel na luta pela independência, também deixou contribuições significativas. No cenário musical, José Carlos Schwarz foi uma voz marcante da resistência, compondo canções sobre identidade cultural e luta, enquanto Manecas Costa incorpora ritmos tradicionais de Guiné-Bissau com sonoridades contemporâneas. O cinema guineense também conta com obras marcantes como Xime, que retrata a tensão entre gerações às vésperas da guerra de independência, destacando os conflitos entre os jovens revolucionários e os mais velhos, ainda ligados ao domínio português.

Geografia

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